sábado, 12 de março de 2016

Calmaí, Taurina!

Eu. Taurina nata genuinamente da gema. A nata da nata da nata de Touro, mais precisamente do início do meio de maio.
Não queira me ver com uma ideia fixa na cabeça.
Se já viu, certamente está confirmando o fato interiormente com um sim silencioso.
A teimosia em pessoa. A rainha do "não vai dar certo mas eu vou continuar tentando". Campeã de insistência na modalidade murro em ponta de faca.
Digo pois que sou mais feliz morrendo na praia do que voltando na metade, mesmo sabendo que lá provavelmente morrerei.
Ideias fixas me matam e se põem no avant garde, e mesmo quando absurdas só desisto delas quando enxergo que não fazem sentido nenhum e, pode crer, isso leva um tempo surreal.
Desapego, uma virtude a alcançar, mas crio um medo fidedigno dessa palavra quando já tenho uma afinidade permanente com minhas ideias fixas, crio-as como filhas, não nascidas do ventre mas da cabeça. Pior ainda.
E quando me pergunto "O que você tá fazendo, sua louca?", há dezenas de mim, e elas mantêm um sindicato só pra me resgatar essa consciência de que eu sei o que eu tô fazendo, então respiro e continuo.
Quando um taurino cessa as tentativas, tenha certeza que nada ficou pela metade, não há mais nada a se fazer, o até o fim foi alcançado e lá ele viu que realmente não dava. Precisamos colocar o pé no chão pra saber que a terra é firme.
Feito isso, é xau pro louro. Morreu o boi. Desapegou o touro.

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