Eu aspirava coisas diferentes antes de você chegar.
Tudo isso aqui dá a condição perfeita pra a gente viver o que quiser, mergulhados nesse breu.
É tudo escuro e colorido ao mesmo tempo, a distância entre os nossos olhos é a mesma a do descanso à euforia, eu só queria piscar e estar aí de novo.
Nesses dias temos dissolvido nossos próprios mundos debaixo da língua e recriado do jeito que queremos, fumaça tem parado os ponteiros, tornado seda as folhas do calendário, cada gole destrói ou alimenta uma expectativa, quase ninguém sabe o que é real ou não.
Mas pra quê saber? É perda do tempo que a gente nem faz questão de medir, ele flutua inerte sobre um rio de mãos.
Nesses dias somos donos da maior sanidade que há, dispensada pelo prazer que é perdê-la por vontade.
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XXXVIII Enegeo, Cavalcante-GO, 2015. Foto: Christian Durand |
Não queria esse textinho curto assim, mas algo dizia "Já deu!".
Que não me questionem o porquê.