quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Pronome Possessivo

Sou aquele livro empoeirado na estante que você ignora e nunca lê porque julga ser sem graça demais.
Sou aquele cálice de conhaque barato, manchado do teu batom, esquecido na mesa de centro da sala.
Sou o sapato apertado que você descalça imediatamente ao chegar em casa.
Sou as chaves que você tem mania de perder várias vezes durante o dia.
Sou o tempo que você desperdiça com coisas banais e sou a banalidade das coisas que fogem dos teus interesses.
Sou tuas palavras ditas sem pensar, a comida que você mastiga e nem repara o gosto, o abajur nunca aceso do teu quarto. Sou as fotos de nós dois perdidas na tua bagunça.
Sou tuas críticas perfeccionistas, tuas expressões de reprovação, teus problemas mal resolvidos, sou tuas experiências negativas, teus erros, tuas decisões imaturas, sou tua insegurança e todos os defeitos que te afligem. Sou teu temperamento difícil, teu gênio forte, teu jeito cismático de agir; tua personalidade incompreensiva, autossuficiente e soberana. Sou tanta coisa de você. Sou suas peculiaridades, seus traços. Sou tanto seu. Enquanto você me é o laço que nunca desata, minha fila que não anda, o cheiro que o vento não leva, a lembrança viva que o tempo não apaga.
Contudo és meu amor, meu amor somente, meu amor e só.

***



Que 2014 seja para sorrir, queridos!
Beijos na alma.